Nesse aspecto, os animais
estão mais bem protegidos. A Declaração Universal dos Direitos dos Animais,
proclamada em 1978 pela Unesco, abomina toda forma de maus tratos de animais
para divertimento dos homens. No Brasil, o governo Jânio Quadros proibiu as
rinhas de galo e até hoje são caso de polícia. Os trabalhos sobre traumatismo
crânio-encefálico tendo animais como modelos praticamente desapareceram. [...]
Passa da hora da Declaração Universal dos Direitos Humanos fazer algo
semelhante com essas estúpidas lutas, como o boxe e o UFC, versões de
verdadeiras roletas russas. Não deveriam fazer parte do que consideramos
esporte. Afinal, esporte é atividade relacionada à saúde e não à doença. Leia aqui.
*
Os galos não vão para rinha
por escolha própria, então é justo e necessário que os libertemos dela.
Lutadores, pelo contrário, fazem do ringue o sentido da vida deles. Resumir
esporte à obtenção de saúde não passa de uma correção política estúpida da
prática esportiva, correção essa que data de 3 décadas no máximo. Só peladeiro
de fim de semana e congêneres praticam esporte por saúde – e, mesmo aqui, o
desejo de superar e superar-se, o acirramento controlado das rivalidades, a
violência encenada e simbolicamente sublimada são componentes que não podem ser
desconsiderados. Nenhum atleta de verdade nada, corre ou luta para obter mais
saúde. É ridículo querer apagar a dimensão trágica da prática esportiva.
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